sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Posicionamento na Prematuridade

É indiscutível o papel que os avanços tecnológicos e a pesquisa ocupam em todos os setores da sociedade moderna, sendo essencial o papel ocupado dentro da área da saúde, especificamente no que diz respeito ao tratamento de recém nascidos prematuros na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, onde o número de internações tem aumentado significativamente. Embora a tecnologia tenha contribuído para o aumento da sobrevida dos prematuros é um fato comprovado que o ambiente hospitalar em nenhum momento apresenta as mesmas condições que o ambiente intra-uterino. Pesquisas demonstraram que uma longa permanência na Unidade de Terapia Intensiva pode ocasionar impactos no desenvolvimento motor e comportamental do neonato.
Quando se encontra em gestação o bebê dispõe de todo um ambiente favorável ao seu desenvolvimento, com temperatura estável, sonoridade própria, ausência da ação da gravidade e de manuseio, pouca luminosidade, estimulação tátil constante e confortável. A prematuridade aliada às mudanças nas condições ambientais podem ocasionar graves deficiências de desenvolvimento da criança. Por esse motivo, é necessária a intervenção de um profissional habilitado para manusear, posicionar e trabalhar com essa criança (O FISIOTERAPEUTA) (COSTENARO, 2001).

A Postura do Prematuro
“Muitos recém-nascidos prematuros apresentam riscos de possuir atrasos relativos ao desenvolvimento e estes atrasos estão relacionados com problemas posturais e de mecânica imprópria do corpo, ao invés de comprometimento de origem neurológica apenas” (Jo Fay apud Verçosa, 2001).
O bebê prematuro possui baixo tônus muscular mostrando-se hipotônico (molinho) e hipocinético (se movimenta pouco). As alterações observadas em relação às propriedades viscoelásticas de músculos e tendões são devidas a falta de prolongada movimentação. A hipotonia apresentada por esses bebês não é apenas causada pela imaturidade de seu sistema nervoso central, mas também pela imaturidade de seus músculos.
É considerado prematuro o bebê nascido com menos de 37 semanas completas. Apesar de já possuir um conjunto de fibras musculares o mesmo não apresenta força muscular para garantir um posicionamento adequado (MARCONDES, 2002)
Quando o bebê nascido pré termo é levado para a unidade de terapia intensiva neonatal encontrará um ambiente extremamente diferente daquele onde vivia. Ele deixa um ambiente acolhedor aquático e encontra um lugar com nível sonoro alto, luzes fortes e contínuas. O bebê passa a ser excessivamente manuseado, tanto para cuidados de rotina quanto para procedimentos invasivos, muitas vezes sem cuidados adequados para diminuir a dor, o desconforto, o cansaço físico, mental e o estresse.
Um dos primeiros desafios enfrentados pelo recém nascido é a necessidade de lidar com a organização de sua postura no ambiente extra uterino. O prematuro é incapaz de realizar ajustes posturais devido ao seu baixo tônus muscular e a incapacidade de seus sistemas de organização.

O Posicionamento
A criação de limites e apoios para assegurar a contenção e oferecer a sensação de segurança, assim como os incentivos aos movimentos de flexão são de extrema importância para esses lactentes, ou seja, deve-se equilibrar as necessidades de contenção com as de movimentação. Promover limites está associado com maior eficiência na auto regulação, no controle fisiológico e melhor desenvolvimento neuromuscular. A posição em flexão é considerada um importante elemento para a auto organização do bebê prematuro (GRENIER et al, 2003)
A postura adequada evita suporte de peso na mesma área por tempo prolongado, cuidando da pele frágil do prematuro. As posições são modificadas freqüentemente para proporcionar ao bebê experiências sensório motoras variadas, ou seja, diferentes sensações de peso, diferença gravitacional, informações sobre a tensão de diferentes grupos musculares.


- Decúbito Dorsal (de barriga para cima)
De acordo com mooris (1999), o posicionamento em dorsal é recomendado para a prevenção de morte súbita no berço. Existem muitas causas e fatores de risco para a Síndrome da morte infantil súbita (SIDS), estudos indicam que nos bebês saudáveis nascidos a termo, o decúbito ventral durante o sono é capaz de aumentar o risco de SIDS. Aconselha-se aos pais de crianças com menos de seis meses de vida a colocá-los em dorsal ou lateral para dormir, sendo o decúbito dorsal mais estável, pois no decúbito lateral o bebê pode se virar para o ventral (barriga para baixo).

- Decúbito Lateral (de lado)
A postura lateral depende de organizadores para ser mantida de forma adequada, pode-se colocar suportes em rolo para promover a flexão
O desenvolvimento simétrico pode ser intensificado pelo uso alternado dos lados direito e esquerdo. O decúbito lateral direito é utilizado depois da alimentação para facilitar o esvaziamento gástrico ( BRASIL, 2002; WONG, 1999). Já o decúbito esquerdo e o ventral favorecem uma diminuição significativa da duração e do número de episódios de refluxo gastroesofágico ( EWER et al, 1999)

- Decúbito Ventral (barriga para baixo)
Esta posição pode trazer vários benefícios ao bebê, como diminuição do choro, além de favorecer o controle de cabeça ( BRASIL, 2002). Chang et al (2002) afirma que há uma diminuição do gasto energético, melhora da qualidade do sono e diminuição do stress.


Fonte:
http://www.criancaemfoco.com.br/pag_tt.php?pag=6&tt=190#lista

2 comentários:

Tia Rose® disse...

Oieeeeeeeeeeeeeeeeeee tudo bem? Obrigada pela visitinha no meu blog. Passou nos 2? Vim agradecer e dizer que achei muito interressante e útil o seu blog e suas postagens. Deus continue te abençoando. Beijos docinhos

Priscila Dalsasso disse...

Oi!!
Aé???É tão bom encontrar o amor da gente né!!!

Bom..aparece mais vezes...

bj